quarta-feira, 15 de junho de 2011

QUEM É O SUJEITO CURRÍCULO?


UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE CIÊNCIAS
TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS EM CURRÍCULO
Professora Rita Stano

Aluna: Janet Carvalho do Nascimento Chaves Neiva
Matrícula: 22014
QUEM É O SUJEITO CURRÍCULO?
O estudo no campo curricular surge com a institucionalização da educação de massas, com o trabalho de Bobbitt (1918), The Curriculum. O currículo então buscava a eficiência, organização e o desenvolvimento, tendo a escola um funcionamento semelhante ao empresarial e industrial, isto é, buscava-se a eficiência na divisão de tarefas, com o intuito de racionalizar o sistema educacional. Assim, cabia aos especialistas levantarem as habilidades a serem desenvolvidas e elaborar os instrumentos de medição das mesmas. Até os anos 80do século XX, esta foi a visão predominante no cenário curricular. A educação se voltava para as exigências profissionais da sociedade.
As teorias tradicionais do currículo buscam enfocar a questão técnica, portanto, os modelos usados são os de Bobbitt e Tyler, tornando-se mais radicais nos anos 60. Com este currículo, pretendia-se formar indivíduos que fossem eficientes, mecânicos, produtivos e especialistas, evidentemente, prontos para dominar, uma vez que a escola continuava sendo elitista.
Posteriormente vêm as teorias críticas que vão responsabilizar o status quo pelas desigualdades e injustiças sociais. Assim, ao invés do foco estar voltado para “como fazer o currículo”, volta-se para o estudo do que o “currículo faz”. Com a análise marxista da sociedade começa a fazer conexões entre a educação e a ideologia. O currículo reproduz o que a sociedade precisa, ou seja, as instituições garantem que o status quo não seja contestado e assim, a sociedade capitalista sobrevive. A escola é vista como um aparelho ideológico central, pois age através do currículo.
Com Bordieu surge o conceito de Capital Cultural e a dinâmica da reprodução social centra-se no processo de reprodução cultural. Aqui vem a ocorre a imposição cultural como sendo algo natural. E mais uma vez o currículo se volta para a cultura dominante, onde os aprendizes desta classe têm seu capital cultural reconhecido e favorecido.
O currículo não é neutro, uma vez que é permeado por várias nuances do currículo oculto e que objetivam, ainda hoje, favorecer as classes dominantes. É evidente que ninguém quer perder o poder, embora as teorias críticas questionem os próprios conteúdos e os métodos de trabalho, impondo a estes a responsabilidade pela reprodução da clivagem social.
A visão crítica busca uma ruptura com o tecnicismo da educação e posteriormente, evolui para áreas onde o ser diferente era da mesma forma estigmatizado pela cor da pele, sexo, etnia, etc. Então, surge o Multiculturalismo como desafio curricular para este milênio. A escola começa a discutir o multiculturalismo, o perigo da verdade única, busca-se evitar o dogmatismo e o radicalismo. O currículo é político e atende a jogos de poder. Já não é possível ignorar as diferentes culturas no mundo globalizado. É preciso ter respeito pela diversidade cultural. Nenhuma cultura é superior a outra, portanto não existe raça superior, então, o currículo deve colocar o respeito pela diversidade cultural como foco de seus estudos.
Quem é o sujeito currículo? É o sujeito responsável pela construção da sociedade. Assim, é preciso pensar num currículo construído com a participação daqueles que cumprem as propostas nele contidas, para que os múltiplos interesses, escondidos nas entrelinhas, sejam evidenciados e as questões de poder, dominação e reprodução das desigualdades sejam modificadas em favor da construção da sociedade participativa.
Fonte: Currículo: das Teorias Tradicionais às Crítica. Disponível em:


Um comentário:

  1. Mais um resumo bem feito e possível ponto de partida para uma boa reflexão.

    ResponderExcluir